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Inmetro

Em parceria com o Inmetro, Startup cria biotecidos pulmonares com o objetivo de estudar a sua interação com o novo coronavírus.

A startup Gcell Cultivo 3D está criando uma plataforma automatizada com o objetivo de fabricar biotecidos 3D a partir de células do pulmão humano, permitindo a realização do estudo de sua interação do novo coronavírus. A Gcell faz parte da Incubadora de Empresas da Coppe (UFRJ) e utiliza a infraestrutura do Laboratório de Bioengenharia Tecidual (Labio), da Diretoria de Metrologia Aplicada à Ciências da Vida (Dimav) do Inmetro, na cidade de Xerém. A ideia é que a plataforma possa atender cientistas no que tange aos estudos do mecanismo que o Sars-CoV-2 utiliza para entrar no organismo Da mesma maneira, o projeto também permitirá à indústria farmacêutica realizar testes de novos fármacos, que possam vir a se tornar novos medicamentos. 

Chamado de “Desenvolvimento de plataforma automatizada de produção de cultivo 3D de pulmão e a bioimpressão para o enfrentamento da covid-19”, o projeto teve sua contemplação no edital de Subvenção Econômica à Inovação, da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), com um valor de financiamento de R$ 130.822,61. 

Nas palavras da biomédica Leandra Baptista, sócia-fundadora técnica da Gcell e docente dos programas de pós-graduação em Biotecnologia e Biomedicina Translacional no Inmetro, “esta infraestrutura é crucial para o desenvolvimento do projeto, pois além de poderem utilizar os equipamentos básicos de manutenção de cultivo de células, os especialistas têm acesso à uma plataforma automatizada de pipetagem.” 

 

O que essa plataforma vai permitir no futuro? 

O que essa plataforma vai permitir no futuro? 

Partindo deste projeto de plataforma do Inmetro, já foi possível desenvolver um protocolo que permite formar estes tecidos tridimensionais e realizar a produção automatizada e em grande escala. Segundo a professora Leandra, do Campus Duque de Caxias da UFRJ, “é possível uma única placa de cultivo formar centenas desses tecidos, e em um único dia, formar milhares de tecidos 3D”. 

Quem também comenta sobre o projeto é o pesquisador-tecnologista do Inmetro e chefe-substituto do Labio, Leonardo Boldrini “temos infraestrutura moderna para receber projetos de startups e empresas, até mesmo em Bioengenharia Tecidual e métodos in vitro para avaliação de citotoxicidade e segurança à saúde humana. Nosso desejo é que os projetos sejam referência e sirvam à demanda de empresas”.  

Através do uso de software, a plataforma foi configurada para funcionar de maneira similar a um robô, ou em outros termos, atuando de forma automatizada e utilizando as pipetas para dispensar nos recipientes os líquidos que contém as células.  

 

“Para desenvolver um tecido de pulmão 3D no laboratório, é preciso utilizar a plataforma para plaquear, ou seja, identificar e separar os diferentes tipos de células que compõem um tecido natural, para depositar as que interessam no local adequado de forma a obtermos a estrutura tridimensional. Durante este processo de recriação de um tecido, é preciso organizar as células que estão em suspensão para podermos fazer a combinação necessária para gerar o tecido”. 

 

Quais são os próximos passos? 

Quais são os próximos passos?

Considerado como mais complexo, o passo seguinte é a bioimpressão de um pulmão. De acordo com a professora Leandra, o processo é feito a partir de centenas de miniaturas dos tecidos de, aproximadamente, 300 micrômetros cada um. As células são tratadas para que, ao serem agrupadas, formem os tecidos pulmonares idênticos ao de um ser humano. No futuro, tais tecidos terão que ser configurados para gerar uma estrutura bem similar à de um pulmão real.” 

Os testes são realizados pelos pesquisadores utilizando equipamentos de microscopia eletrônica confocal para fluorescência, microscopia eletrônica de varredura e microscopia eletrônica de transmissão. Dessa forma, os equipamentos permitem ver as lesões e o próprio vírus. Estas fases dos testes acontecem no Centro Nacional De Biologia Estrutural e Bio imagem da UFRJ.